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quarta-feira, 3 de dezembro de 2025

Paralisação de ônibus impacta São Francisco do Conde e expõe crise nos repasses municipais


O transporte público de São Francisco do Conde foi completamente interrompido na manhã desta terça-feira (2), deixando milhares de passageiros sem acesso aos ônibus que circulam pela Região Metropolitana de Salvador. A suspensão atinge também o transporte escolar, incluindo o serviço voltado para estudantes da rede municipal.

O alerta foi feito pelo Sindmetro, que aponta atrasos nos repasses da prefeitura à operadora Atlântico Transportes. Segundo a entidade, a empresa enfrenta quatro meses sem receber valores fundamentais para manter a frota operando e honrar compromissos trabalhistas. A denúncia inclui ainda a informação de que não há pagamentos de subsídios há cerca de dez meses, cenário que teria comprimido o equilíbrio financeiro do contrato.

Em encontro realizado no início da tarde, o secretário de Serviços, Conservação e Ordem Pública, Amarildo Guedes, confirmou que a gestão abriu diálogo com a direção da Atlântico Transportes para buscar uma solução emergencial. O chefe do Executivo, o prefeito Antônio Calmon, também foi citado como responsável por conduzir as tratativas iniciais.

Risco de ruptura e demissões

O clima entre os rodoviários é de preocupação. O diretor sindical Ademir Barros manifestou receio sobre a continuidade do acordo caso o impasse não seja equacionado: “A falta de regularidade no pagamento dos subsídios enfraquece a sustentação do sistema. O maior risco, agora, é a instabilidade contratual evoluir para uma crise maior, com rescisões e impacto direto sobre os postos de trabalho”, afirmou.

Barros também destacou que o prolongamento do quadro pode desencadear efeitos em cadeia: quebra de contrato, enxugamento de equipes e demissões coletivas.

População desassistida

Moradores relataram dificuldades imediatas: trabalhadores impossibilitados de se deslocar até empregos em cidades vizinhas, pais sem transporte para levar filhos à escola e interrupção de rotinas inteiras contempladas pelo serviço diário. Sem o transporte público em funcionamento, a pressão sobre a gestão municipal aumenta, especialmente pela ausência de uma solução rápida que garanta previsibilidade ao sistema.

Respostas pendentes

A reportagem tentou contato com a Prefeitura de São Francisco do Conde para uma atualização oficial, mas não houve retorno até o fechamento desta matéria.

Enquanto as negociações seguem, a cidade amanheceu com o trânsito mais silencioso nas garagens e um grito mais alto nas ruas: o transporte é público, mas sua falha é coletiva — e quem paga, primeiro, é o cidadão.






Por Ataíde Barbosa/Foto: Divulgação

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