A conta de luz dos brasileiros terá um alívio em dezembro. A Agência Nacional de Energia Elétrica anunciou, na sexta-feira (28), a redução da bandeira tarifária: o sinal deixa o vermelho patamar 1 e passa a operar no modo amarelo no último mês do ano. Com isso, o adicional cobrado sobre o consumo de energia cai de R$ 4,46 para R$ 1,885 por cada 100 kWh utilizados, diminuindo o peso do custo extra para famílias e empresas.
A revisão do indicador foi motivada pela chegada do período de chuvas, que já começa a refletir positivamente na geração elétrica do país. As previsões para dezembro apontam precipitações ainda abaixo da média típica para o mês, mas superiores às registradas em novembro — o que tende a ampliar a disponibilidade hídrica e melhorar o volume dos reservatórios das usinas hidrelétricas.
Ainda que o regime de chuvas não seja o ideal, o cenário já permitiu condições suficientes para a troca por um patamar menos oneroso. Segundo técnicos do setor elétrico, a combinação entre recuperação gradual da oferta hídrica e o suporte de outras fontes renováveis reduziu a necessidade de acionamento intensivo de termelétricas, que encarecem a operação do sistema.
Sistema monitora custos em tempo real
Criado em 2015, o mecanismo de bandeiras tarifárias funciona como um “termômetro” do custo de produzir energia no país. O modelo ajusta mensalmente o valor adicional cobrado dos consumidores conforme variáveis como a disponibilidade de água nos reservatórios, a participação de fontes limpas como solar e eólica e a eventual necessidade de recorrer a usinas térmicas, mais caras e com maior impacto ambiental.
Embora as renováveis tenham ganhado espaço na matriz energética, parte delas — a exemplo da energia solar — opera de forma intermitente, dependendo de fatores climáticos momentâneos, e por isso não asseguram fornecimento ininterrupto sem o respaldo de outras fontes complementares.
Com a bandeira amarela, o consumidor segue pagando um adicional, mas em volume muito menor, sinalizando um período de custos moderados de geração. A medida não elimina a pressão sobre o planejamento do setor elétrico, mas traz um respiro no orçamento do cidadão ao final do ano.
Impacto direto no bolso, mas atenção ao consumo permanece
A mudança deve refletir nas faturas emitidas ao longo de dezembro, já nos novos valores anunciados. A orientação da Aneel é que, mesmo em patamares mais baixos, a população mantenha o consumo consciente — prática que segue sendo a principal forma de controle do gasto individual, independentemente do cenário da matriz energética.
A reclassificação da bandeira em dezembro representa um dos primeiros sinais de estabilização após meses de maior pressão sobre o sistema, na expectativa de que o período chuvoso avance e consolide condições mais favoráveis para os próximos ciclos.
Por Ataíde Barbosa/Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil
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