Aliados próximos a ACM Neto, ex-prefeito de Salvador e liderança do União Brasil, apontam o prefeito de Jequié, Zé Cocá (PP), como o favorito para compor a chapa de Neto na disputa pelo governo estadual em 2026. A escolha do nome do interior reflete a estratégia de fortalecer a oposição justamente onde o atual governador Jerônimo Rodrigues (PT) possui domínio consolidado: o interior baiano, região onde o PT venceu em esmagadora maioria nas eleições de 2022.
Enquanto Jerônimo conquistou 364 dos 417 municípios da Bahia no último pleito, ACM Neto somou apenas 53. Por isso, apostar em Zé Cocá, político em ascensão com forte influência na região do Sudoeste e Vale do Rio de Contas, é visto como caminho para ampliar a base de apoio naquelas áreas. Cocá, que iniciou sua carreira política em Lafayette Coutinho e hoje exerce seu segundo mandato em Jequié com quase 92% dos votos, tem crescido como liderança regional e conquistado a confiança de prefeitos vizinhos, consolidando sua presença estratégica para a oposição.
Além disso, a ligação pessoal e política de Cocá com o território baiano e os vínculos do atual ministro Rui Costa reforçam seu peso político na região, o que é considerado valioso para Neto, que busca ampliar seu leque de apoio no interior.
Apesar do entusiasmo, há desafios a serem superados. Zé Cocá vem recentemente estreitando laços com a base do PT, movimento que causou certo desgaste entre aliados do União Brasil, alguns dos quais se sentiram negligenciados após a derrota eleitoral de 2022. No PP, partido do prefeito, a possibilidade de acordo com Neto ainda gera dúvidas, mas a federação entre as siglas cria espaço para negociações.
No campo governista, a definição da chapa majoritária depende do comportamento do PSD nacional, cuja possível ruptura com o PT na eleição presidencial de 2026 pode alterar os planos locais. O cenário político estadual permanece em aberto, com muitas variáveis influenciando a montagem dos palanques.
Operação Dia Zero avança no combate à corrupção na saúde em Salvador
Enquanto isso, a Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União deflagraram a Operação Dia Zero, que mira desvios de verbas federais na saúde pública da capital baiana. A investigação, já em sua fase inicial, mira agora um ex-presidente do Instituto Nacional de Tecnologia em Saúde (INTS), apontado como peça central no esquema que desviou recursos do SUS.
Bolsonaristas baianos preparam ofensiva para 2026
No campo da direita, a expectativa é que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) mantenha seu sobrenome forte na disputa presidencial, mesmo que surjam outras candidaturas. O deputado federal Eduardo Bolsonaro, seu filho "03", é o favorito para ser o nome da família na Bahia, com a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro como alternativa. Para garantir essa presença, Bolsonaro planeja uma série de visitas ao estado nos próximos meses, evitando espaço para concorrentes em seu nicho político.
Ex-prefeito de Macarani condenado por irregularidades no uso de verbas públicas
Por fim, o Tribunal de Contas da União condenou o ex-prefeito de Macarani, Antônio Carlos Macedo Araújo (Carlinhos, MDB), a ressarcir cerca de R$ 1,76 milhão aos cofres públicos, valor corrigido e acrescido de juros, devido a irregularidades na aplicação de recursos federais para o abastecimento de água. Além da devolução, Carlinhos terá que pagar multa de R$ 74 mil. Segundo o TCU, o ex-gestor não conseguiu comprovar os gastos previstos em convênio firmado em 2012 com o Fundo Nacional de Saúde.
Por Ataíde Barbosa/Foto: Divulgação
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