Com o início do Setembro Amarelo, campanha nacional de prevenção ao suicídio e de valorização da vida, novos dados reforçam a necessidade de ampliar o debate sobre saúde mental no país. O Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2025, divulgado em 24 de julho, revela que, apesar de pequenas reduções em alguns estados, o Brasil praticamente manteve estável o número de vítimas.
No total, o país registrou 16.464 casos de suicídio em 2024, contra 16.463 em 2023 — uma variação de apenas 0,5%. Entre as unidades federativas, 14 apresentaram aumento, com destaque para o Mato Grosso do Sul, onde os casos cresceram 72,5% (de 165 para 287). Outros crescimentos expressivos foram verificados no Piauí (+15,7%) e no Rio Grande do Norte (+15%).
Situação na Bahia
A Bahia foi um dos estados que apresentaram retração: queda de 1,2% entre 2023 e 2024. O número absoluto passou de 826 para 816 registros, colocando o estado na 8ª posição nacional em redução. Apesar disso, a Bahia segue como o estado nordestino com maior número absoluto de suicídios em 2024.
Na região, o Ceará aparece logo atrás, com 767 casos, e Pernambuco ocupa a terceira posição, com 578.
Em comparação ao cenário nacional, a Bahia está na 7ª colocação, atrás de São Paulo (2.921), Minas Gerais (1.989), Rio Grande do Sul (1.516), Santa Catarina (1.048), Paraná (912) e Rio de Janeiro (858).
Diferenças percentuais e o impacto real
Embora Acre e Amapá tenham apresentado as maiores reduções percentuais (18,8% e 14,5%, respectivamente), os números absolutos permanecem baixos: 93 casos no Acre e 67 no Amapá em 2024. Isso mostra que, mesmo com reduções expressivas em termos percentuais, o impacto nacional é limitado diante dos estados mais populosos, como São Paulo e Bahia.
Prevenção e cuidado
Os dados reforçam a importância de fortalecer políticas públicas voltadas à saúde mental, sobretudo nos estados com altos números absolutos, onde a pressão sobre os serviços de atendimento é maior. O Setembro Amarelo busca justamente ampliar a conscientização, combater o estigma e estimular a procura por ajuda especializada.
Por Ataíde Barbosa/Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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