Uma nova pesquisa do Datafolha, divulgada no sábado (13), aponta que 54% dos brasileiros são contrários a uma eventual anistia que livrasse o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) da condenação por tentativa de golpe de Estado, determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na última quinta-feira (11).
O levantamento indica ainda que 39% apoiam o perdão, 2% se dizem indiferentes e 4% não responderam. Bolsonaro foi condenado a 27 anos e três meses de prisão, considerado culpado por todos os cinco crimes de que foi acusado na Corte.
Além do ex-presidente, os outros sete réus do chamado “núcleo crucial” da trama golpista também receberam penas altas:
Walter Braga Netto (ex-ministro da Casa Civil) – 26 anos, regime inicial fechado;
Anderson Torres (ex-ministro da Justiça) – 24 anos, regime inicial fechado;
Almir Garnier (ex-comandante da Marinha) – 24 anos, regime inicial fechado;
Augusto Heleno (ex-ministro do GSI) – 21 anos, regime inicial fechado;
Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa) – 19 anos, regime inicial fechado;
Alexandre Ramagem – 16 anos e 1 mês, regime inicial fechado;
Mauro Cid (ex-ajudante de ordens de Bolsonaro) – 2 anos, regime aberto.
Apesar da rejeição popular, a bancada bolsonarista tem pressionado pela criação de um projeto de anistia “amplo, geral e irrestrito”, visando incluir o ex-presidente, apontado como líder da tentativa de ruptura institucional. Em paralelo, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), trabalha em um texto alternativo que prevê redução das penas dos executores, sem beneficiar os mandantes.
Uma minuta apresentada por bolsonaristas sugeria o perdão total para todos os alvos de investigações do STF relacionadas a atos antidemocráticos desde 2019, quando a Corte instaurou o inquérito das fake news.
O Datafolha também perguntou sobre a anistia aos envolvidos nos ataques à Praça dos Três Poderes, em Brasília, no dia 8 de janeiro de 2023. A maioria da população (61%) rejeita qualquer perdão aos executores, enquanto 39% são favoráveis, 2% indiferentes e 4% não responderam.
Os ataques resultaram em 1.628 ações penais no STF, com 638 condenações, das quais 279 envolveram delitos mais graves e 359, crimes menos graves. Para condutas ainda mais brandas, 552 acordos de não persecução penal (ANPPs) foram assinados.
Por Ataíde Barbosa/Foto: Carlos Moura/Agência Senado
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