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segunda-feira, 7 de julho de 2025

Disputa Interna Agita União Progressista e Pode Redesenhar Apoios em 2026


A federação União Progressista — formada por União Brasil e Progressistas (PP) — vive um momento de tensão interna sobre qual deve ser sua postura diante do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em meio às articulações para as eleições municipais de 2024 e à antecipação dos debates sobre a corrida presidencial de 2026, cresce o embate entre duas alas da federação: uma defende o rompimento imediato com o Planalto, enquanto outra prega cautela e manutenção da atual posição estratégica dentro do governo federal.

Atualmente, a federação ocupa quatro ministérios de relevância. O União Brasil comanda as pastas do Turismo, Integração e Desenvolvimento Regional e Comunicações. Já o PP está à frente do Ministério do Esporte. Essas posições garantem visibilidade, recursos e poder de articulação aos partidos, além de influência direta sobre políticas públicas — um ativo importante em qualquer disputa eleitoral.

Contudo, esse espaço institucional começa a ser visto como um fardo por lideranças mais alinhadas à oposição. Nomes influentes como Ciro Nogueira (PP) e Antônio Rueda (União Brasil), copresidentes da federação, já manifestaram publicamente a insatisfação com a aliança e consideram a permanência no governo Lula incompatível com os planos políticos da federação para os próximos anos. Rueda chegou a classificar como "muito remota" a chance de o União Brasil apoiar a reeleição de Lula em 2026.

Por outro lado, há quem avalie que um rompimento precoce, além de arriscado, pode acabar favorecendo diretamente as forças políticas ligadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro, especialmente em um cenário ainda fragmentado da direita. Para esses setores mais moderados, manter os ministérios por ora é uma forma de garantir margem de manobra e preservar capital político até que o cenário eleitoral esteja mais definido.

O impasse revela o dilema central da União Progressista: seguir colhendo os frutos da aliança governista ou se antecipar à disputa nacional e se reposicionar como força alternativa ao lulismo e ao bolsonarismo. O equilíbrio entre pragmatismo e projeto político é, neste momento, o grande desafio da federação — e qualquer movimento precipitado pode ter impactos duradouros tanto em sua unidade interna quanto em sua relevância no cenário político nacional.





Por Ataíde Barbosa/Foto: Reprodução/União Brasil

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