O painel do Impostômetro, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), atingiu nesta sexta-feira, 4 de julho, a marca de R$ 2 trilhões arrecadados em impostos, taxas e contribuições pelos governos federal, estaduais e municipais. O montante representa uma aceleração significativa na arrecadação tributária do país em comparação com anos anteriores.
Para se ter uma ideia da velocidade desse crescimento, em 2024 esse valor só foi alcançado em 24 de julho, ou seja, 20 dias mais tarde do que neste ano. No mesmo período de 2024, entre 1º de janeiro e 4 de julho, os brasileiros haviam pago cerca de R$ 1,84 trilhão em tributos.
Segundo especialistas, o avanço na arrecadação tem múltiplas explicações. De um lado, o aumento da carga tributária e os efeitos acumulados da inflação encarecem produtos e serviços, elevando a base de cálculo dos impostos. De outro, o desempenho da economia brasileira tem mostrado sinais de aquecimento: mais empregos formais, crescimento na renda e alta no faturamento de empresas impulsionam a geração de tributos.
Esse ritmo mais acelerado de arrecadação também reflete maior eficiência na cobrança de impostos e, em parte, o impacto de novas políticas fiscais adotadas para aumentar a receita pública. Ainda assim, o crescimento contínuo da carga tributária reacende o debate sobre a necessidade de uma reforma fiscal ampla, que simplifique o sistema e torne a distribuição do peso tributário mais justa entre os diferentes setores da sociedade.
O Impostômetro serve como um termômetro da relação entre Estado e sociedade, revelando não apenas o volume de recursos arrecadados, mas também estimulando a discussão sobre o retorno que os cidadãos recebem em forma de serviços públicos. Com R$ 2 trilhões arrecadados antes mesmo da segunda quinzena de julho, o questionamento sobre a eficiência e o destino desse dinheiro torna-se ainda mais urgente.
Por Ataíde Barbosa/Foto: Reprodução ACSP/JC
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