A morte da brasileira Juliana Marins, de 26 anos, no Monte Rinjani, na Indonésia, acende um alerta sobre os perigos enfrentados por trilheiros que buscam desafios em destinos turísticos de grande apelo, mas com alto grau de risco. Juliana foi encontrada sem vida nesta terça-feira (24), após escorregar e cair de um penhasco no último sábado (21), durante uma trilha rumo ao cume do vulcão.
Segundo informações da família, a jovem acabou se afastando do grupo com o qual fazia a trilha e sofreu uma queda de aproximadamente 650 metros em uma área de difícil acesso. As equipes de resgate mobilizadas enfrentaram condições adversas durante as buscas, que duraram três dias.
O caso evidencia um problema já identificado pelas autoridades locais: o número crescente de acidentes envolvendo turistas na região. Dados divulgados em março deste ano pelo Escritório do Parque Nacional do Monte Rinjani apontam que, entre 2019 e 2024, foram registrados oito óbitos e 180 feridos em trilhas dentro da área protegida. O aumento é alarmante: somente em 2024, o número de incidentes saltou para 60, quase o dobro das 35 ocorrências registradas em todo o ano anterior.
O Monte Rinjani, localizado na ilha de Lombok, é o segundo vulcão mais alto da Indonésia, com 3.726 metros de altitude. A paisagem deslumbrante atrai milhares de aventureiros todos os anos, mas o trajeto até o cume é considerado exigente, com trechos íngremes, clima imprevisível e terrenos instáveis — especialmente em períodos de chuva.
Especialistas em montanhismo e segurança recomendam que trilhas na região sejam feitas sempre com guias credenciados, em grupos organizados, e com equipamentos apropriados para o terreno. Além disso, o monitoramento do clima e a checagem prévia das condições físicas e psicológicas dos trilheiros são medidas essenciais para reduzir riscos.
O governo indonésio tem sido pressionado a reforçar as regras de segurança e o controle do acesso às trilhas mais perigosas, sobretudo diante do aumento no fluxo de visitantes internacionais. A tragédia de Juliana Marins reacende o debate sobre os protocolos de segurança em parques nacionais que, embora sejam fontes importantes de turismo e renda, não podem negligenciar a proteção da vida humana.
Por Ataíde Barbosa/Foto: Pixabay
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