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quinta-feira, 4 de dezembro de 2025

STF manda prender presidente da Alerj por suspeita de vazamento a facção criminosa


O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta quarta-feira (3) a prisão preventiva do presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Rodrigo Bacellar (União Brasil), além do afastamento imediato do mandato parlamentar. A decisão atende a uma solicitação da Polícia Federal, que identificou indícios de que o deputado teria vazado informações sigilosas e interferido em operações direcionadas a integrantes do Comando Vermelho e seus vínculos com agentes públicos.

Na avaliação de Moraes, os elementos reunidos pela PF apontam para uma possível obstrução de investigações e indicam risco concreto de continuidade na interferência das ações contra o crime organizado caso Bacellar permanecesse no cargo. O ministro destacou que a atuação investigada tem potencial para comprometer operações estratégicas de segurança pública no Rio de Janeiro.

A prisão do presidente da Alerj ocorre no âmbito da Operação Unha e Carne, que apura o vazamento de informações da Operação Zargun — ação que resultou, em setembro, na prisão do deputado estadual TH Joias. Segundo a PF, há “provas robustas” de que Bacellar teria antecipado detalhes sensíveis de investigações, prejudicando o trabalho de inteligência e possibilitando a reação de membros da facção criminosa.

Além da prisão, Moraes autorizou o cumprimento de mandados de busca e apreensão e outras medidas cautelares. As ações foram expedidas no contexto da ADPF 635, processo em que o STF atribuiu à Polícia Federal a responsabilidade de conduzir investigações sobre a atuação das principais facções criminosas do Rio de Janeiro, incluindo possíveis ligações com autoridades públicas.

Com a decisão, o cenário político fluminense é novamente sacudido por um escândalo envolvendo o alto escalão do Legislativo estadual. A Alerj ainda não se pronunciou oficialmente sobre o afastamento de Bacellar, enquanto a Polícia Federal segue aprofundando as investigações para esclarecer o alcance da suposta rede de vazamentos e sua repercussão sobre o combate ao crime organizado no estado.




Por Ataíde Barbosa/Foto: Divulgação Alerj/Tiago Lontra

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