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segunda-feira, 1 de dezembro de 2025

Expectativa de vida no Brasil avança 73 dias e confirma recuperação pós-pandemia


O Brasil voltou a registrar avanço na expectativa média de vida. Dados recém-divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística mostram que, em 2024, os brasileiros passaram a viver, em média, 73 dias a mais do que no ano anterior. O aumento levou o indicador nacional de 76,4 para 76,6 anos, considerando conjuntamente homens e mulheres.

A atualização confirma a tendência de retomada observada desde o fim do período mais crítico da pandemia. O impacto da covid-19 provocou uma queda histórica na esperança de vida do país: o índice recuou para 74,8 anos em 2020 e atingiu o ponto mais baixo em 2021, quando a média passou a 72,8 anos — resultado direto do excesso de mortes relacionadas à crise sanitária.

A partir de 2022, com a ampliação da vacinação e a redução da letalidade do vírus, a curva voltou a subir, mostrando um processo de recuperação gradual, mas consistente, da longevidade nacional.

O recorte por gênero, no entanto, revela um padrão já conhecido: a vida feminina segue mais longa do que a masculina. Em 2023, a expectativa média entre os homens foi de 73,3 anos, enquanto as mulheres alcançaram 79,9 anos, bem próximas da marca de 80. A diferença entre os dois grupos superou os 6,5 anos, evidenciando uma vantagem significativa na sobrevivência das brasileiras ao longo do ciclo de vida.

Especialistas associam essa diferença a um conjunto de fatores, que vão desde maior cuidado com a saúde e menor exposição a riscos até variáveis sociais e comportamentais que afetam mais duramente a população masculina.

Ainda que a evolução recente aponte motivos para otimismo, o cenário também sugere desafios estruturais. A recuperação do indicador ocorre de forma desigual entre diferentes regiões e grupos sociais, indicando que o aumento da longevidade média nem sempre reflete melhoria homogênea nas condições de vida.

Mesmo assim, o crescimento do índice em 2024 reforça a resiliência demográfica do país e sinaliza que a recomposição da saúde pública e a normalização das taxas de mortalidade começam a repercutir positivamente na duração da vida da população.

Com medições contínuas e detalhadas, o IBGE segue monitorando esse retrato da sociedade brasileira, que vai muito além de um número: traduz perdas, avanços e processos históricos que impactam diretamente a vida de milhões de pessoas.




Por Ataíde Barbosa/Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

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