Após mais de sete horas de debates, a Assembleia Legislativa da Bahia autorizou, na noite desta segunda-feira (1º), a contratação de um empréstimo de R$ 2 bilhões solicitado pelo governo estadual. A decisão foi confirmada às vésperas do encerramento dos trabalhos do dia, próximo das 23h, em uma das sessões mais longas do ano no legislativo baiano.
O plenário da Assembleia Legislativa da Bahia permaneceu em atividade por 7 horas e 35 minutos, com discussões intensas e repetidas interrupções provocadas pela estratégia de obstrução adotada pela oposição.
Mais cedo, outros dois pedidos de crédito encaminhados pelo governador Jerônimo Rodrigues — um no valor de R$ 650 milhões e outro de R$ 300 milhões — também tiveram tramitação em regime de urgência autorizada por maioria. As votações preliminares acirraram os ânimos entre governo e bancada oposicionista, que apontou falta de tempo hábil para análise aprofundada das matérias.
A soma total dos empréstimos solicitados pela atual gestão, entre operações já acatadas e créditos que ainda aguardam análise legislativa, chegou a 22 propostas desde o início do mandato, alcançando um volume global de cerca de R$ 26 bilhões em financiamentos.
Sessão travada e embate final no apito
A obstrução prolongou o ritmo dos trabalhos ao limite. Utilizando recursos regimentais, parlamentares opositores dividiram falas, solicitaram sucessivas verificações de quórum — cada uma com duração de 30 minutos — e ocuparam o púlpito de maneira sequencial, sem abrir mão do tempo máximo permitido para pronunciamentos.
Com o resultado desfavorável no painel final da votação bilionária, o líder da oposição, Tiago Correia, ainda tentou contestar o desfecho, alegando dúvidas sobre o placar. Ele pediu um aparte à presidente da ALBA, Ivana Bastos, mas teve a solicitação negada. A decisão abriu caminho para o encerramento imediato da sessão.
Votos em bloco e posição independente
O pacote de financiamento foi aprovado integralmente com votos favoráveis da base governista, enquanto a bancada de oposição se posicionou em bloco contra todas as matérias. O deputado Hilton Coelho, que não integra a base nem atua formalmente como oposição, também rejeitou a proposta, reforçando seu alinhamento crítico e independente na Casa.
Lideranças favoráveis ao empréstimo argumentam que a operação amplia a capacidade de investimento do estado em áreas estruturais e na modernização de serviços públicos. Já opositores classificam o volume de solicitações como excessivo e defendem maior rigor na avaliação do endividamento estadual antes da liberação de novos créditos.
O projeto segue agora para as etapas contratuais e trâmites administrativos do governo da Bahia, entrando em vigor após formalização pelos canais oficiais do Executivo.
Por Ataíde Barbosa/Foto: Paulo Mocofaya / Agência ALBA


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