O glaucoma, doença ocular silenciosa e progressiva que compromete inicialmente a visão periférica até levar à perda total da visão, não afeta apenas adultos. Segundo a oftalmologista Rosana Almeida, até mesmo bebês podem desenvolver a condição, sendo em alguns casos necessária a realização de cirurgia precoce. A médica participou do Metropole Saúde desta quinta-feira (27) e chamou atenção para fatores que podem desencadear problemas graves nos olhos desde cedo.
Durante a entrevista, Rosana destacou o uso excessivo de corticoides como um dos principais riscos para o desenvolvimento de glaucoma secundário e catarata secundária em jovens. “Pacientes sensíveis ao corticoide podem apresentar um aumento significativo da pressão intraocular, evoluindo para glaucoma. Além disso, o medicamento pode levar ao surgimento de catarata secundária”, alertou.
A oftalmologista lembrou que algumas condições já podem ser detectadas ainda na maternidade, como a catarata congênita identificada no teste do olhinho. “O bebê pode apresentar catarata, mas jovens também podem desenvolver a doença devido ao uso inadequado de corticoides”, afirmou.
Além dos medicamentos, Rosana ressaltou que o diabetes é um importante fator de risco para alterações oculares em pessoas mais jovens, aumentando a probabilidade de catarata e outras complicações. Traumas oculares também aparecem entre as principais causas de perda visual.
A médica explicou ainda que, mesmo na ausência de catarata, o Conselho Federal de Medicina já autoriza, a partir dos 55 anos, a cirurgia de implante de lente intraocular — procedimento que pode corrigir diferentes graus de erro refrativo e melhorar a qualidade de visão.
O alerta reforça a importância do acompanhamento oftalmológico regular e do uso responsável de medicamentos, especialmente corticoides, cujo uso indiscriminado segue sendo um hábito comum e perigoso para a saúde ocular.
Por Ataíde Barbosa/Foto: Reprodução/Rádio Metropole


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