Na Câmara Municipal de Simões Filho, onde o silêncio muitas vezes impera e os interesses se entrelaçam nos bastidores, uma voz tem ecoado com força e coragem: a do vereador Genivaldo Lima. Embora tecnicamente não integre a oposição formal, Genivaldo tem assumido, na prática, o papel de fiscal incômodo e crítico implacável da atual engrenagem política local — uma engrenagem que, segundo ele, continua girando em favor de poucos e em detrimento da maioria.
Eleito originalmente pela base aliada do ex-prefeito Dinha Tolentino, Genivaldo rompeu com o grupo ao perceber que o projeto político do qual fez parte havia se distanciado dos compromissos com a cidade.
“Eu sou o povo de Simões Filho”, costuma dizer, numa frase que resume sua nova fase: independente, fiscalizador e disposto a enfrentar o sistema — inclusive aquele que o ajudou a se eleger.
Ao contrário da oposição tradicional, muitas vezes atrelada a interesses partidários, Genivaldo atua de forma autônoma, denunciando abusos, cobrando transparência e questionando decisões administrativas. Seja nas sessões da Câmara ou nas entrevistas que concede à imprensa local, seu tom é direto, por vezes duro, mas sempre pautado pela indignação com a realidade do município.
Seu mandato tem sido marcado por denúncias, requerimentos de fiscalização e questionamentos públicos sobre o uso dos recursos públicos. Ele critica abertamente a falta de investimentos em áreas essenciais, como saúde e educação, e não hesita em expor o que considera ser maquiagem administrativa. Para Genivaldo, boa parte da Câmara virou extensão do gabinete do Executivo, onde o verdadeiro papel fiscalizador dos vereadores foi trocado por conveniências políticas e cargos comissionados.
Nos últimos meses, Genivaldo também se destacou como uma das poucas vozes que alertaram sobre as possíveis consequências jurídicas da fraude nas cotas de gênero nas eleições de 2020. Enquanto outros vereadores adotaram o silêncio ou a desinformação, ele foi à imprensa, falou em alto e bom som, e cobrou responsabilidade.
“Tem vereador esperando um milagre. Mas justiça se constrói com coragem e verdade”, disparou em uma de suas falas mais emblemáticas.
Apesar do isolamento político dentro da Casa, Genivaldo segue firme, sem recuar diante das pressões ou tentativas de desqualificação. Ele sabe que sua postura incomoda — tanto os aliados do antigo grupo quanto os atuais detentores do poder —, mas acredita que alguém precisa fazer o papel que muitos abandonaram: o de representar o povo com dignidade e independência.
Seu mandato pode não ter a força da maioria, mas tem o peso da coerência. E, num cenário político onde tantos se calam por conveniência, ser uma voz dissonante já é, por si só, um ato de coragem.
Por Ataíde Barbosa
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