O mês de junho vai além das tradicionais festas e danças típicas. Ele também é marcado por duas importantes campanhas de conscientização que convidam a sociedade a olhar com mais atenção para o próximo: o Junho Vermelho, que incentiva a doação de sangue, e o Junho Violeta, que propõe a reflexão sobre o respeito e a proteção aos idosos.
No dia 14 de junho, celebra-se o Dia Mundial do Doador de Sangue, uma data instituída pela Organização Mundial da Saúde com o objetivo de reforçar a importância desse gesto simples, mas capaz de salvar vidas. Uma única doação pode beneficiar até quatro pessoas, e ainda assim, os estoques dos bancos de sangue frequentemente operam no limite, principalmente em períodos mais frios, quando há maior incidência de doenças respiratórias e menor comparecimento de doadores.
Durante entrevista na Rádio Simões Filho FM 87.9, através do Programa Panorama de Notícias a Enfermeira Mestra e Doutora em Ciências da Saúde - Juciane Guimarães reforçou a relevância das campanhas Junho Vermelho e Junho Violeta, que mobilizam a sociedade para atitudes de solidariedade e proteção à vida. Com uma trajetória dedicada à saúde pública e ao cuidado humanizado, a profissional destacou a urgência de se criar uma cultura de doação e de respeito à pessoa idosa.
Sobre o Junho Vermelho, campanha voltada à doação de sangue, a doutora alertou para os baixos estoques registrados em diversos hemocentros, especialmente durante o inverno.
“A queda nas temperaturas e o aumento de infecções respiratórias afastam os doadores. Infelizmente, isso compromete a oferta de sangue em um momento em que a demanda pode aumentar”, explicou.
Ela reforçou que o ato de doar sangue é seguro, rápido e salva vidas.
“É um gesto simples, mas que pode representar a diferença entre a vida e a morte para alguém. O corpo humano se recupera rapidamente após a doação, e não há riscos à saúde do doador. O maior desafio ainda é a conscientização contínua. Precisamos transformar a doação em um hábito”, pontuou.
A especialista também chamou atenção para a realidade de cidades menores, como Simões Filho, que enfrentam dificuldades devido à falta de centros de coleta de sangue. Para ela, essa é uma barreira que o poder público deve enfrentar com políticas de incentivo e investimento em infraestrutura.
No contexto do Junho Violeta, campanha que promove o combate à violência contra a pessoa idosa, Drª Juciane abordou a importância do cuidado e do respeito em todas as fases da vida.
“Os idosos são parte essencial da nossa sociedade. Merecem ser acolhidos com dignidade, não apenas nos serviços de saúde, mas também no seio familiar e comunitário”, afirmou.
Ela ainda destacou a necessidade de atenção redobrada nos hospitais e nas casas onde idosos vivem.
“É fundamental garantir uma transição segura nos atendimentos, evitando quedas, erros de medicação e negligência. Muitas vezes, a violência contra o idoso acontece de forma silenciosa, pela omissão ou despreparo de quem cuida”, alertou.
Encerrando a entrevista, a doutora fez um apelo à empatia e ao compromisso social.
“Doar sangue é um ato de amor. Cuidar dos nossos idosos também é. Que este mês de junho nos inspire a olhar mais para o outro, a respeitar todas as fases da vida e a construir uma sociedade mais solidária e humana.”
Em Simões Filho, o Hospital Municipal realiza mensalmente ações educativas com seus profissionais, pacientes e acompanhantes, promovendo valores como solidariedade, empatia e respeito. Essas iniciativas mostram que cuidar é mais do que um ato técnico — é um compromisso humano.
Neste mês de junho, a mensagem que ecoa é clara: seja solidário, doe sangue, cuide de quem já cuidou de nós. A empatia, o respeito e o compromisso com a vida devem estar presentes em todos os ciclos. Afinal, celebrar a vida também é garantir que todos tenham dignidade para vivê-la plenamente.
Por Ataíde Barbosa
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