Mais de quatro em cada dez consumidores brasileiros encerraram o mês de maio com o nome negativado, segundo dados do Indicador de Inadimplência da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do SPC Brasil. O levantamento aponta que 42,6% da população adulta está inadimplente, o que representa cerca de 70,73 milhões de pessoas com restrições no CPF.
O número impressiona não apenas pelo volume absoluto, mas também pela trajetória de alta: em comparação com maio de 2024, houve um aumento de 6,3% no total de inadimplentes. Na comparação mensal, entre abril e maio deste ano, o crescimento foi de 0,8%.
Outro dado preocupante está no valor médio das dívidas acumuladas: cada consumidor negativado devia, em média, R$ 4.743,23 no mês passado — um leve acréscimo em relação aos R$ 4.689,54 registrados em abril. A maior parte dessas dívidas está concentrada no setor bancário, que responde por 66,8% dos débitos. Logo atrás vêm os atrasos em contas de serviços essenciais, como água e energia elétrica, e também pendências com o comércio.
O perfil mais afetado pela inadimplência é o de consumidores entre 30 e 39 anos. Essa faixa etária representa cerca de 24% do total de negativados, somando aproximadamente 17,46 milhões de pessoas. Na prática, isso significa que mais da metade dos brasileiros nesse grupo está com restrições no nome, o que impacta diretamente a sua capacidade de acesso ao crédito e a serviços financeiros.
O cenário revela uma combinação de fatores preocupantes, como inflação persistente, desemprego elevado e juros altos, que pressionam o orçamento das famílias e dificultam a regularização de dívidas. Para especialistas, o aumento contínuo da inadimplência reforça a necessidade de ações coordenadas entre o setor público, instituições financeiras e consumidores, com foco na educação financeira e em programas de renegociação que sejam sustentáveis.
Por Ataíde Barbosa/Foto: Josh Appel / Unsplash
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